Entenda porque captura de animais silvestres aumenta em Campo Grande

Nos sete primeiros meses, foram 546 capturas. No mesmo período de 2022, foram 337. Um aumento de 62%.

Por ter muitas áreas verdes, Campo Grande é uma cidade em que é comum encontrar animais silvestres circulando pelas ruas, mas essa presença no meio urbano cresceu consideravelmente este ano. Nos sete primeiros meses, foram 546 capturas. No mesmo período de 2022, foram 337. Um aumento de 62%.

Esse cenário proporcionou vários encontros inusitados, como o dono de carro que teve uma surpresa ao abrir a porta e ver a cobra da espécie ‘cipó’, que apesar de não ser venenosa, assustou. Um outro registro mostra uma capivara que chamou a atenção dos moradores. O animal ficou agitada na hora do resgate.

Um tucano também foi visto no quintal de uma casa. O bicho não conseguia voar e ficou por ali até ser capturado. Já um porco espinho foi parar no topo de uma árvore.

Cobra "cipó" é encontrada dentro de carro — Foto: Reprodução/TV Globo
Cobra “cipó” é encontrada dentro de carro — Foto: Reprodução/TV Globo

Fatores que contribuem

Os especialistas associam esse crescimento de animais silvestres nas áreas urbanas de Campo Grande a fatores como as queimadas na vegetação e até ao crescimento dos espaços verdes dentro das áreas urbanas.

“A cidade tá sendo empurrada pra área que era rural. As queimadas no entorno das cidades podem afugentar os animais pra dentro das cidades. O próprio crescimento populacional dos animais por não ter um predador dentro das cidades. Tudo isso pode contribuir pra esse aumento de capturas”, destaca capitã Tamara de Brito, Policial militar ambiental.

Tucano é capturado em quintal de uma casa — Foto: Reprodução/TV Globo
Tucano é capturado em quintal de uma casa — Foto: Reprodução/TV Globo

Cuidados

Mas essa proximidade exige cuidado. Conforme explica Aline Duarte, coordenadora do CRAS, animais podem representar riscos aos humanos. Por isso, a especialista aconselha às pessoas a procurarem por especialistas caso encontrem algum desses bichos por aí.

“O animal pode morde-la, pode arranhar, pode ser um animal peçonhento. Então ela tem que procurar pessoas que tenham essas condições: um biólogo, por exemplo, vai ter essas condições. Um estudo pra isso, né? Um bombeiro, uma polícia militar ambiental.”

Foi o que fez seu Adalto da Anunciação. O zelador chamou a Polícia Militar Ambiental depois de encontrar uma raposinha no quiosque do residencial onde trabalha (veja imagem abaixo).

“Eu falei: agora ela vai pra um local feliz, né? Porquê ela é da reserva. Ela é do ambiente natural. E o que que ela vai fazer aqui dentro? Viver de quê? Que tipo de alimento que ela vai ter aqui, né? Então, a gente tem que se preocupar com isso porque o bichinho faz parte da natureza”

Raposa é encontrada em quiosque — Foto: Reprodução/TV Globo
Raposa é encontrada em quiosque — Foto: Reprodução/TV Globo

Depois de resgatados por órgãos ambientais, os animais silvestres são devolvidos à natureza. Os que têm ferimentos vão para o centro de reabilitação.

Fonte: Jornal Hoje / Foto capa: Saul Schramm

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