Tribunal do crime: segundo Polícia Civil, dupla foi carbonizada porque trocou cocaína por gesso em Campo Grande

Thiago Palermo e Marcelo dos Santos Viera, de 30 e 45 anos, foram encontrados no dia 24 de julho dentro de um carro abandona em uma rua de terra no São Conrado

Encontrados carbonizados dentro de um carro no dia 24 de julho, Thiago Brumatti Palermo e Marcelo dos Santos Viera, de 30 e 45 anos, foram “julgados” e mortos em mais um “tribunal do crime”. A trama fatal tem o furto de droga como estopim da violência.

Segundo as investigações da DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa), os dois foram executados porque trocaram tabletes de cocaína de uma facção criminosa por gesso.

produrados carbonizados
Quatro suspeitos estão foragidos (Foto: PCMS)

Até o momento, nove pessoas foram indiciadas por participação no crime; três estão presos, quatro são procurados pela polícia e dois responde em liberdade. Um décimo suspeito foi identificado, mas morreu dias depois das execuções.

A DHPP divulgou a lista dos foragidos.

  • Cezar Augusto Rocha Gonçalves
  • Diogo Guilherme da Silva Firmino, o Zé Caveira
  • Cristiago Nunes Dutra, Nick
  • Cleber Laureano Rodrigues Mendeiros, Doutor PCC ou Tubarão

Entenda o crime

Para entender o crime, primeiro é necessário conhecer o envolvimento de Thiago e Marcelo com o tráfico de drogas.

De acordo com as investigações da delegacia especializada, os dois eram os responsáveis por enviar remessas de cocaína para o estado de São Paulo. Thiago preparava os veículos com a droga escondida; para isso, tinha uma casa só para o fim.

Marcelo apoiava Thiago. Segundo a polícia, foi dele a ideia de trocar alguns tabletes de cocaína por gesso. Para isso, fez moldes na própria marcenaria e preparou os tabletes falsos.

Nesse ponto, entram outros dois nomes; faccionados que assim como Marcelo e Tiago sabiam onde a droga era guardada antes levada para São Paulo. Juntos, eles decidiram furtar alguns tabletes para revender, sem a permissão da facção. Quando fizeram isso, no entanto, descobriram que haviam pego apenas gesso.

Não demorou muito para os chefes também descobrirem a falsa. No fim de semana do dia 22 de julho, os quatro suspeitos e o freteiro, que deveria levar os carros carregados de cocaína para São Paulo, foram conduzidos para a sessão de tortura chamada no meio criminal de julgamento.

Primeiro, foram levados para uma casa na região da avenida Três Barras. Foi lá que começou a videoconferência com integrantes da facção paulista, com forte atuação em Mato Grosso do Sul. Antes mesmo que “julgamento” terminar, os cinco foram levados para outra cantoneira – como são chamados os cativeiros – no São Conrado.

Por um tempo, os cinco ficaram presos em um quarto. No domingo (23 de julho), Thiago foi estrangulado até a morte e colocado no porta-malas de um Ford Fiesta.

O freteiro foi sentenciado a levar uma surra, mas no caminho a um novo lugar, reagiu, esfaqueou seus “seguranças” e conseguiu fugir.

Enquanto isso, os outros três foram sentenciados à morte e colocados ainda com vida dentro do mesmo carro em que o corpo de Thiago estava. Marcelo foi amarrado no banco de trás do veículo e os outros dois deixados no porta-malas.

Os assassinos dirigiram até uma rua de terra que faz a ligação entre os bairros São Conrado e Nova Campo Grande e lá colocaram fogo no carro. Os dois homens que estavam no porta-malas conseguiram escapar antes que o fogo se espalhasse. Marcelo morreu carbonizado. O mesmo aconteceu com o corpo de Thiago.

Para a polícia, o chefe do justiçamento foi auxiliado de perto por Diogo Guilherme da Silva Firmino, o Zé Caveira, que ainda está foragido.

Os nove envolvidos nos assassinatos foram indiciados pelos crimes de homicídio qualificado, homicídio tentado, destruição de cadáver, tráfico de drogas e envolvimento em organização criminosa.

Fonte: PPMS / Foto: PCMS

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