Medida do Estatuto do Torcedor proíbe torcedores de entrarem com garrafas d´água no Estádio Douradão

A medida provocou polêmica entre torcedores que foram ao estádio de Dourados na 1ª rodada do campeonato Sul-Mato-Grossense

Torcedores que foram ao estádio Douradão acompanhar o jogo entre Dourados e Corumbaense no domingo (21), pela 1ª rodada da Série A do Campeonato Sul-Mato-Grossense 2024, não puderam entrar com garrafas de água.

Advertida sobre a proibição, uma torcedora precisou deixar do lado de fora a garrafa com água para acessar a arquibancada.

Com isso, a opção era comprar água no bar do estádio. Cada garrafa era vendida a R$ 5 e a água era servida em copo descartável. No local, não há bebedouros disponíveis ao público, segundo o gerente de segurança do Douradão, Eriobaldo Pimentel.

“Não tem bebedouro, não tem. Mas geralmente as pessoas compram, ninguém nunca ficou sem beber água”, afirmou.

O responsável disse ainda que a proibição da entrada de torcedores com garrafas no estádio segue norma da Polícia Militar que, por sua vez, segue a orientação do Estatuto do Torcedor.

Torcedora é advertida sobre proibição de entrar com garrafa de água no estádio Douradão (Foto: Aldemir Romero)
Torcedora é advertida sobre proibição de entrar com garrafa de água no estádio Douradão (Foto: Aldemir Romero)

A Lei N° 10.671/03, Art. 13 e Art.13-A, incisos II, IV, VI e VII, estabelece que é proibido o acesso de torcedores a estádios com diversos itens, incluindo “garrafas plásticas, latas, vasilhames, copo de vidro ou qualquer outro tipo de embalagem, contendo bebidas ou refrigerantes de qualquer natureza que, direta ou indiretamente, possam provocar ferimentos em caso de esforço físico isolado ou generalizado”.

“É porque eles podem jogar (a garrafa) no campo, nos jogadores, nos árbitros. No bar tem água pra vender e eles se servem”, explicou Eriobaldo.

O vice-presidente da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), Marco Antonio Tavares, disse que a decisão dos itens proibidos aos torcedores compete somente à Polícia Militar, mas que havia um combinado de liberar a entrada com garrafas de água mineral sem tampa.

“Eles não vão permitir garrafa de tereré, de academia. O que vai entrar é garrafa de água mineral sem a tampinha, o segurança retira porque ela pode se tornar uma arma pra jogar dentro do gramado”, alegou Tavares.

A divergência na proibição, segundo Eriobaldo, aconteceu pela primeira vez e se deu por uma “falta de comunicação” com os seguranças que estavam no estádio.

“Isso aí é um problema de quem estava na portaria, não entendeu o recado. Eu tenho impressão que a própria direção do clube deve encontrar uma solução para que não aconteça mais”, disse.

A assessoria do Dourados Atlético Clube disse que o clube só vai se pronunciar sobre a situação posteriormente.

Durante o jogo entre DAC e Corumbaense, o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) chegou a registrar temperatura máxima de 26ºC.

Vale lembrar que, em novembro do ano passado, a Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) publicou uma portaria que obriga a distribuição gratuita de água em eventos feitos em dias de calor, com altas temperaturas.

A medida publicada no Diário Oficial da União tem validade de 120 dias, ou seja, até março deste ano. Ainda assim, conforme o Procon Municipal de Dourados, em competições de futebol vale o que está previsto nas normas do Estatuto do Torcedor.

O órgão garantiu que, caso haja alguma mudança com relação a Portaria, especificando que jogos de futebol se enquadram dentro dos grandes eventos descritos, providências poderão ser tomadas para que hajam adequações.

Outros estádios

A rodada de abertura do Sul-Mato-Grossense contou com outros três jogos, em três municípios diferentes.

No estádio André Borges, o jogo entre Coxim e Portuguesa não teve proibição de entrada com água no local “até pelo fato do calor”, segundo o supervisor do time da casa, Maicon Alexandre.

No estádio Jacques da Luz, a partida entre Náutico e Costa Rica seguiu a orientação da PM. “Vendemos água e refrigerante pela lado de fora, servido no copo. Seguimos o que somos orientado pela polícia”, alegou Júlio César, presidente do Náutico.

No estádio Saraivão, o Ivinhema também seguiu o protocolo da Polícia Militar, proibindo a entrada de garrafas da água. O gerente de futebol, Alex Cruz, enfatizou que, além da opção de comprar água, os torcedores tinham um bebedouro disponível, com água gelada.

Fonte: PPMS / Foto: Thalyta Andrade

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