Estudo aponta que dieta mediterrânea pode melhorar saúde renal de pessoas com diabetes tipo 2, entenda

Estudo recente mostra que esse tipo de alimentação pode reduzir os níveis de compostos tóxicos nos rins

Um estudo recente aponta para mais um benefício da dieta mediterrânea: reduzir o risco de doenças renais em pessoas com diabetes tipo 2. A pesquisa, publicada recentemente pela Universidade de Córdoba e pelo IMIBIC (Instituto Maimônides de Pesquisa Biomédica), também conseguiu descobrir o motivo por trás desse fenômeno.

A dieta mediterrânea é conhecida por seus benefícios à saúde: segundo estudos, pode reduzir o colesterol, diminuir o risco de demência, depressão e câncer, além de contribuir para a saúde cardiovascular. Não à toa, foi eleita a melhor dieta do mundo pela US News & World Report, em 2023.

De acordo com os pesquisadores do novo estudo, a melhora na função renal atribuída à dieta mediterrânea tem a ver com compostos chamados de “Produtos Finais de Glicação Avançada”, mais conhecidos pela sigla AGEs. Tratam-se de moléculas inflamatórias e oxidantes que são ingeridas pela alimentação e, geralmente, eliminadas pela urina.

No entanto, pessoas com diabetes que possuem problemas renais – uma das complicações mais comuns em pessoas com a doença crônica – têm dificuldade para eliminar esses compostos tóxicos, o que faz com que eles estejam presentes em níveis elevados no organismo.

Efeitos

O estudo, então, buscou entender se a dieta mediterrânea poderia melhorar esse cenário. Para isso, analisou os níveis desses compostos nocivos em mais de 500 pessoas com diabetes, ao longo de 5 anos. Em seguida, comparou os efeitos de dois tipos de dietas no corpo: a dieta mediterrânea e outra com baixo teor de gordura e rica em carboidratos.

Segundo os resultados do estudo, os participantes que seguiram a alimentação mediterrânea durante o período da pesquisa apresentaram níveis mais baixos desses compostos tóxicos no sangue, o que poderia mitigar a deterioração da função renal.

“Conseguimos verificar que esta dieta ativa melhor o processo de desintoxicação, ou seja, o mecanismo pelo qual o corpo elimina essas substâncias nocivas”, disse Francisco Miguel Gutiérrez, um dos autores do estudo, em comunicado para imprensa.

Para os pesquisadores, a forma como os alimentos são preparados na dieta mediterrânea teria uma influência na quantidade de compostos nocivos aos rins que são consumidos. Para a investigadora Elena Yubero, as técnicas culinárias mediterrâneas “requerem tempos de cozedura mais longos e são mais suaves para os alimentos”.

 

Fonte: CNN Brasil / Foto: Getty Images

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