O criptorquidismo é uma condição na qual o cão ou gato apresenta apenas um ou nenhum testículo no saco escrotal.

Ou seja, são testículos que apesar de existirem, não desceram completamente no tempo considerado normal e ficam ‘perdidos’ na cavidade abdominal ou na virilha do animal.

O médico-veterinário da Subea (Subsecretaria do Bem-Estar Animal), Jayme Messias, destaca que essa condição não afeta a produção de hormônio como a testosterona nem em comportamentos como demarcação de território ou cruza. Porém, a infertilidade pode ocorrer em casos como esse. “Essa condição tem caráter hereditário, podendo ser herdado inclusive da mãe, mas que afeta apenas os machos, principalmente os cachorros”.

O veterinário ressalta que em casos de animais que não ocorrem a ‘descida’ dos testículos para o lugar certo, a chance de desenvolver tumores é muito alta, agravando o quadro clínico do animal. “Se até os seis meses de vida o tutor perceber que eles (testículos) não estão no local certo, devem procurar quanto antes o veterinário para avaliação”, alerta.

Messias destaca ainda que para detectar a condição é realizado exame físico (palpação) e quando confirmado a ausência, é necessário realizar exame de ultrassom. “Assim, identificamos a localização exata para encaminhar para cirurgia”.

Michele Andrade faz trabalho voluntário com animais de vida livre. Ela levou o cachorro Pingo, para ser avaliado e castrado pela Subea em uma das clínicas credenciadas com a Prefeitura de Campo Grande. O animal foi diagnosticado como criptorquida e o que seria uma simples cirurgia de castração, virou uma cirurgia exploratória. O médico-veterinário, Messias, frisa que a recuperação de uma cirurgia exploratória demanda mais atenção do tutor.

Poliorquidismo

Diferente de Pingo, um caso muito raro aconteceu com o gato da Daiane Oliveira. Há quatro anos ela ganhou o Ubbe ainda filhote e, com sete meses, ele foi castrado e se recuperou muito bem do procedimento.

Depois um tempo, Daiane precisou mudar de endereço e semanas após a mudança para casa nova, ela notou que Ubbe sumiu e mesmo procurando, ele ficou quase 10 dias desaparecido.

Um dia saindo para trabalhar, ela encontrou Ubbe bem magro, debilitado e o levou para casa. Mas achou estranho, porque mesmo o gatinho tendo todas as semelhanças do seu gato Ubbe, percebeu que havia testículos no animal.

Intrigada com a situação, Daiane levou o gato até a clínica e constatou que Ubbe havia mais dois testículos, e que acabaram descendo após o estresse de ficar na rua. O veterinário explicou que felinos não são tão amigáveis com mudanças de ambiente e o estresse da mudança mais o tempo que ele ficou na rua fez com que os testículos ocultos acabassem descendo. “Se a ausência de testículos é uma situação difícil de acontecer, a presença de mais de dois no mesmo animal é ainda mais raro”, frisou Jayme.

Daiane conta que após a surpresa, Ubbe foi operado novamente e que se recuperou tão bem quanto da primeira vez. “Ele era um super macho”, brinca a tutora. O veterinário ressalta ainda que nessa situação o animal consegue se reproduzir normalmente. “Por isso a importância de levar o seu animal periodicamente ao veterinário”.

Consultas

A Prefeitura de Campo Grande, através da Subea, disponibiliza as segundas, terças, quintas e sextas-feiras, consultas veterinárias gratuitas para os pets da população. São distribuídas 15 senhas pela manhã, a partir das 7h30 e 15 senhas pela tarde, a partir das 13h. O tutor deve vir até a unidade de atendimento com o seu animal além de documento com foto, comprovante de residência e o número do NIS.

Endereço: Rua Rui Barbosa, 3538 – Centro.
Informações: 2020-1397

Foto: PMCG